POR LUIZ VIEIRA
Atualmente, depois de muitas pesquisas científicas, vários fatos interessantes, que auxiliam o combate ao câncer e a promoção da saúde dos pacientes, foram descobertos. Por exemplo, cientistas espanhóis descobriram que moléculas de RNA (ácido ribonucléico) presentes em células de câncer de mama impedem a metástase de tumores malignos1. No Reino Unido outra descoberta interessante, traz à luz do conhecimento científico uma proteína chamada TES, que através da interação com outra proteína, conhecida como MENA (que é responsável por ajudar as células cancerosas a se moverem para longe de um tumor, levando a uma metástase), bloqueia o avanço dessa segunda, evitando metástases2.
Agora, vamos a uma explicação resumida do que é o câncer…
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida.
Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de câncer de pele porque a pele é formada de mais de um tipo de célula. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma.
Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes (metástases).3
Sabemos que o responsável pelo gerenciamento de tudo o que ocorre no corpo é nosso cérebro, através do SN (Sistema Nervoso) em suas duas divisões: Sistema Nervoso Cérebro-Espinhal e Sistema Nervoso Autônomo.
Sistema nervoso cérebro-espinhal – é o iniciador da atividade muscular e regulador das nossas funções mentais e físicas. Consta de duas partes:
• Sistema nervoso central (SNC)
• Sistema nervoso periférico (SNP)
Sistema nervoso autônomo – funciona em um nível subconsciente e controla numerosas funções dos órgãos internos, inclusive a ação do coração, os movimentos peristálticos e a secreção de diversas glândulas. O sistema nervoso autônomo compõe de uma série de pequenas massas nervosas ou gânglios; por isso, também é designado sistema ganglionar. Consta de duas partes:
• Sistema nervoso simpático
• Sistema nervoso parassimpático
Sabemos também, que o cérebro é o “equipamento” através do qual a mente se manifesta. E é justamente através da mente, que podemos afetar as funções orgânicas, que são comandadas pelo cérebro e pelo SNA (Sistema Nervoso Autônomo).
Se considerarmos cada célula como um ser independente, que realiza seu trabalho específico, como uma abelha numa colméia que respeita uma organização própria maior do que sua individualidade, podemos compreender como funciona o trabalho celular no que diz respeito à inter-relação cérebro-organismo-célula.
Nenhum de nós precisa pensar para respirar, fazer o sistema digestivo digerir o alimento, fazer o coração bombear o sangue, e inclusive controlar as funções celulares de produção e eliminação, pois essas coisas respeitam a uma organização maior, independente de nossa consciência. No entanto, mesmo que essas funções orgânicas não sejam afetadas conscientemente por nós, muitos dos estímulos que recebemos, pensamentos que produzimos, sensações que experimentamos e emoções que sentimos, afetam profundamente nosso organismo físico; seja acelerando os batimentos cardíacos, aumentando nosso ritmo respiratório, aumentando a produção do suor, causando tremores, afetando a temperatura, a produção de determinadas secreções glandulares e substâncias neuroquímicas.
Então, como podemos negar o enorme efeito que a mente, em seus níveis, consciente e inconsciente, possui sobre o funcionamento de funções orgânicas? Negar isso, é dizer que emoções não afetam nosso estado físico, pensamentos não alteram o funcionamento de nosso organismo.
Alguns cientistas já afirmam que nosso cérebro não consegue distinguir o que é lembrança, experiência real e imaginação. As fibras musculares que são ativadas quando fazemos um exercício, são as mesmas ativadas quando imaginamos vividamente que realizamos o mesmo exercício.
Sabemos que a dor também precisa ser interpretada pelo nosso cérebro para que possa ser registrada como dor e causar os incômodos conhecidos. Mas, e se comandarmos nosso cérebro para, ao registrar tais estímulos, não registrá-los como dor em determinado local? É possível isso, e não é a toa que vemos cirurgias, assim como tratamentos odontológicos, sendo realizados sem anestesia.
Mas o que a hipnose tem a ver com tudo isso?
A Hipnose otimiza e maximiza os resultados em qualquer tratamento. Sua ação induz a um relaxamento que, sem a necessidade de transes profundos, tranqüiliza e reeduca o ritmo orgânico, produzindo saúde. Podemos dizer, simplificadamente, que Saúde é o estado de harmonia entre mente, corpo e meio ambiente. O corpo humano, para realizar suas funções e responder aos estímulos vivenciais satisfatoriamente, mantém, naturalmente, um estado permanente de tensão. Contudo, quando essa tensão eleva-se, ocorre o estresse, quando não cuidado pode chegar à depressão, que impede o bom funcionamento do organismo, produzindo doenças, diminuindo a resistência imunológica, gerando desequilíbrio metabólico e acelerando o envelhecimento corpóreo.
Muitas doenças regridem e são completamente extintas com o tratamento hipnótico. Há grupos de pesquisa que são exclusivamente voltados para pesquisas nessas áreas, onde tratam pacientes com câncer, AIDS, depressão, diabetes e hipertensão, com grande sucesso. Isso só para citar os casos mais sérios. Há casos, inclusive, de portadores do vírus HIV, que após cerca de 6 meses de tratamento, ao realizarem o exame novamente, foi constatado que a carga viral estava zerada, como relatado pelo Prof. Luiz Carlos Crozera, presidente do Instituto Brasileiro de Hipnologia e criador da Hipnose Condicionativa, de SP. Na Universidade de Londrina, por exemplo, o Estomatologista, Prof. Dr. Pedro Carlos F. Tonani leva a cabo pesquisas sérias, com pacientes com câncer de boca, por exemplo, com grande sucesso nos tratamentos4.
As possibilidades que a hipnose traz, nos mais diversos tratamentos, são tantas, que ela ainda é quase que inteiramente desconhecida, já que ainda não podemos mensurar a capacidade de nossa mente e de que forma esta última pode afetar nosso estado físico e as funções orgânicas. O conhecimento que temos de hipnose está sempre seguindo de perto o conhecimento que temos da mente humana, e a cada nova descoberta em uma área, certamente afeta e contribui nas pesquisas da outra.
Sabemos que ainda há muita incompreensão do que é, verdadeiramente, a hipnose e como ela funciona, e a causa dessa incompreensão deve-se aos vários mitos que surgiram ao seu redor, mormente devido aos hipnotizadores de palco e alguns mistificadores.
Alguns profissionais levantam o fato do Dr. Sigmund Freud ter usado a hipnose por pouco tempo, logo depois abandonando-a, e atribuem à isso uma ineficácia da técnica. No entanto, devemos levar em consideração que a hipnose clássica, que está focada em poucos métodos que não se adaptam ao modus operandis do paciente, não contribui para uma boa eficácia, sem contar que Dr. Freud, além de não ser um exímio hipnólogo5, também possuía dificuldades na fala, após o câncer que o afetou profundamente.
Se formos levar em conta o trabalho de Milton H. Erickson, psiquiatra americano que renovou completamente os métodos da hipnose, dando origem à hipnose moderna, denominada hipnose Ericksoniana, podemos notar que seu sucesso com os pacientes era estrondoso. Ele inclusive chegou ao ponto de afirmar que toda e qualquer pessoa é hipnotizável, algumas mais facilmente e outras nem tanto, tendo maiores ou menores variações de acordo com a capacidade do hipnoterapeuta.
Sendo assim, qual seria o maior objetivo da hipnose?
Promover o bem-estar e a saúde do paciente utilizando recursos próprios do mesmo, recursos que muitas vezes são desconhecidos do paciente por estar tão focado em seu problema que precisa de ajuda profissional para ser direcionado corretamente. Nesse ponto, chegamos à classificação da hipnose, como atenção concentrada e focada em uma única idéia, direcionada para o alívio e cura de seus transtornos.
De posse dessas afirmações, e após muitas experiências realizadas pelos profissionais que trabalham com hipnose, podemos colocar que:
•O sistema imunológico pode ser profundamente estimulado durante estados alterados de consciência (transe hipnótico), onde o cérebro recebe ordens para melhorar o funcionamento desse sistema;
•A produção de determinados tipos de células pode ser estimulada através de induções realizadas durante transe hipnótico;
•A eliminação de determinados tipos de células também pode ser estimulada, durante o transe hipnótico;
•Todas as funções orgânicas podem ser estimuladas ou diminuídas através da ação do cérebro que recebe induções hipnóticas durante o transe terapêutico: respiração, batimentos cardíacos, irrigação sanguínea, produção de secreções, e etc.
Com isso, a hipnose é uma poderosa técnica, que pode ser aliada aos tratamentos tradicionais no tratamento do câncer, tais como: quimioterapia, radioterapia e etc. E ela pode tanto auxiliar na diminuição de tumores malignos, ajudando o corpo a combater as células cancerosas, fortalecendo o sistema imunológico, diminuindo os incômodos e efeitos colaterais da quimioterapia, ajudando no controle da dor, diminuindo ou até mesmo eliminando completamente esta última, auxiliando no humor do paciente, e uma miríade de coisas.
Para ilustrar como nossa mente pode influenciar positivamente nossas funções orgânicas e auxiliar na cura, reproduzo o seguinte trecho:
Como pode curar-se duas vezes e ainda morrer disso?
Lembro-me de ter lido, quando era um jovem médico, a respeito de um paciente que sofria de câncer terminal e que foi curado literalmente com uma injeção de água salgada, salina. Ele deu entrada no hospital, o corpo completamente desfigurado pelo inchaço de nódulos linfáticos malignos.
Estávamos na década de 1950, quando a medicina estava no auge do otimismo sobre a descoberta rápida de uma cura para o câncer. Os pacientes eram rotineiramente mortos ou quase mortos por doses de gás mostarda, o mesmo veneno usado em soldados nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial, mas também a primeira forma tosca de quimioterapia.
Esse homem estava desesperado para receber o mais recente tratamento maravilhoso, conhecido como Krebiozen. Seu médico se desesperou por ter que desperdiçar a droga em alguém que provavelmente estaria morto antes do fim da semana. Mas, por pena, arranjou uma única dose de Krebiozen e injetou-a no paciente na sexta-feira. Ele se ausentou durante o fim de semana, acreditando que jamais veria o doente outra vez, mas ao retornar na segunda-feira de manhã, o paciente estava radiante. Todos os sinais de câncer haviam desaparecido; os nódulos linfáticos haviam retornado ao normal e ele se sentia perfeitamente bem. Perplexo, o médico lhe deu alta como curado, sabendo perfeitamente que uma única dose de Krebiozen não poderia de forma alguma ter aquele efeito em alguns dias.
Mas a história se torna mais estranha ainda. Após algum tempo, o paciente leu no jornal que os testes com Krebiozen haviam demonstrado sua ineficácia. Em questão de dias, seu câncer retornou e, mais uma vez, ele se internou no hospital em estado terminal. Seu médico não tinha nada para administrar-lhe e, assim, recorreu ao mais drástico dos placebos. Disse ao homem que ele receberia uma injeção de um "novo e aperfeiçoado" Krebiozen, quando na realidade estava aplicando-lhe nada mais do que uma solução salina.
Novamente o homem se curou em questão de dias. Pela segunda vez, saiu do hospital sem nenhuma evidência de câncer em seu organismo. A história não tem um final feliz, porque mais tarde, quando descobriu que todas as esperanças em relação ao Krebiozen haviam sido abandonadas, ele contraiu câncer linfático pela terceira vez e morreu logo em seguida.6
Podemos classificar o caso acima na categoria dos placebos, correto? Corretíssimo!
Quando os médicos e cientistas realizam testes com medicamentos em grupos de controle, onde parte recebe o medicamento e outra parte recebe o placebo, eles encontram resultados desconcertantes, pois no grupo de controle que recebe o placebo eles verificam que alguns indivíduos apresentam os mesmos efeitos de quem recebeu a medicação. À que se atribui isso, posto que muitas vezes os placebos são pílulas de farinha ou açúcar?
A única coisa que poderia ter feito o paciente alcançar os mesmos resultados de quem foi medicado é sua mente, atuando sobre seu organismo, baseada numa crença inexorável de que o medicamento real estava atuando em seu corpo. Com isso, produzia em seu organismo todo o contexto de funcionamento como se a substância química externa estivesse realmente agindo, e como o cérebro normalmente não consegue discernir entre realidade e crença… E isso já foi demonstrado por neurocientistas através de exames com eletroencefalograma e PET durante estados alterados de consciência gerados por transes hipnóticos7.
Um caso interessante, são as experiências do Dr. Simonton, um médico americano, que após um paciente seu, no final da década de 70, ter conseguido a cura de um tumor maligno na garganta, após receber o diagnóstico onde os médicos diziam ter apenas 5% de chances de sobreviver ao tratamento. Tal cura foi alcançada pelo tratamento convencional aliado a técnicas de visualização, idênticas as técnicas utilizadas por hipnoterapeutas há décadas.
Dr. Simonton, após esse episódio, dedicou-se à pesquisa da capacidade dos pacientes em auxiliar o tratamento tradicional através de sua mente, com meditações e transes hipnóticos. Fundou assim, o Simonton Cancer Center8, onde publica artigos e divulga suas pesquisas.
Com o passar inexorável do tempo, e o avanço das pesquisas acerca do cérebro humano, suas características e possibilidades, a hipnose será considerada uma ajuda poderosa no tratamento do câncer, pois age onde nenhum medicamento consegue agir: a mente humana! Essa última é, justamente, a responsável pelo gerenciamento de todas as nossas funções, através de nosso sistema nervoso.
A beleza da coisa é: o próprio corpo humano tem os meios para derrotar o câncer! Apenas precisamos encontrar o caminho de volta à saúde original, e para isso é necessário ensinar o corpo a trabalhar da melhor forma possível, e aproveitar ao máximo os estímulos que os medicamentos e os tratamentos convencionais trazem.
Referências:
*Luiz Vieira, Bacharel em Filosofia e Pós-Graduando em Filosofia Clínica, é psicoterapeuta formado em Psicoterapia Reencarnacionista e Regressão Terapêutica pela ABPR, Hipnose Clínica pelo Instituto Brasileiro de Hipnose, Hipnose Ericksoniana pelo INAP e trabalha em consultório aplicando a Psicoterapia Reencarnacionista, Regressão, Hipnose e EFT (Emotional Freedom Techniques), atendendo pessoas com os mais variados sofrimentos existenciais.